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Cinema | Pantera Negra 2 prova como Wakanda é maior que a Marvel



Sequência está em cartaz nos cinemas e mostra novo momento da nação africana.


Enfim, Pantera Negra: Wakanda Para Sempre está entre nós. A aguardada continuação do filme que revolucionou o cinema de super-herói chega para amplificar um fator que fez o mundo se ajoelhar perante Wakanda: a representatividade. Não há nenhuma novidade em minha fala, mas poucos apostavam que a continuação de Pantera Negra conseguiria ampliar seu leque de representação de minorias. Agora negros, mulheres e latinos estão de mãos dadas na celebração do filme mais profundo produzido pela Marvel até hoje – com o perdão do trocadilho.


Não vou me focar nos acertos e erros enquanto filme, e sim refletir sobre algo que é salientado o tempo todo: o legado. Ou seja, a importância de manter vivas histórias que não podem ser inundadas pela modernidade, que se sente na vanguarda, na prioridade, esquecendo de olhar para trás e, simplesmente, agradecer. Ter a água como ameaça é dizer que o símbolo da vida também pode nos matar, e há ali uma pergunta que conflui muito bem com a ideia do luto: “o que você está fazendo com a sua vida?”.


Esse é um questionamento de Shuri (Letitia Wright) a Namor (Tenoch Huerta), que se estende também a Riri Williams (Dominique Thorne), jovem genial que se presta ao bobo papel de vender atividades para os colegas de classe ou criar projetos incríveis em trabalhos de faculdade. Riri, Shuri e Namor são iguais, não conseguem entender bem a importância de seus poderes e, apesar de cada um ser motivado por uma fase diferente, os três estão em luto.


Novos personagens, novas vozes

O fenômeno do primeiro Pantera Negra aumentou várias afroestimas e possibilitou a existência de temas de aniversário, estampas de camisa, capas de caderno e vários outros produtos que dialogam com um novo público. Alguém imaginaria que isso poderia ir além?


Pois bem, a representação feminina nesse filme é tão forte que faz, literalmente, os homens com alguma importância na história serem salvos por mulheres, em uma maravilhosa inversão de papéis.


Além disso, o reino submerso de Talokan apresenta uma cultura ameríndia pré-colombiana, fazendo com que a franquia também seja um espelho para crianças que só se viam representadas nas telas a partir de filtros laranjas, sotaques caricatos e comidas apimentadas. Por favor, me convidem para festas de aniversário com o tema do Namor.


“Everything’s gonna be alright”


Vamos falar sobre Chadwick Boseman? Será possível segurar o choro ao lembrar que o filme fala sobre o luto do personagem e do ator? E o que vem depois? A resposta é VIDA, simples assim.


Seja com um gesto de tubarão com as mãos ou com os braços cruzados em X, todos nós podemos nos reconhecer e continuar a nossa história a partir do outro, basta o outro continuar vivendo. E sempre irá escorrer uma lágrima para as lembranças de quem fez a nossa história brilhar, seja qual for, seja de onde for. Para honrar tudo isso, o que fazemos? Vivemos, é simples.


Por tudo isso Wakanda é maior que a Marvel, pois não é preciso nenhuma conexão com o MCU para ela continuar viva, não é preciso a aparição de um ou outro personagem (falei que não tinha spoiler e não vai ter), não é preciso a citação a algum herói ou uma cena pós-crédito indicando o que será da fase 5.


Para que Wakanda continue viva nós precisamos continuar vivendo, resistindo e existindo. Wakanda é sobre como o seu presente respeita o seu passado e constrói o seu futuro. Já estou ansioso para Pantera Negra 3. #WakandaForever

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